O número de famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza em Salvador teve aumento de 14% em 2022, em comparação ao ano passado.
A informação é da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (RBPSSAN), que monitora os dados sobre a fome no país. Segundo a ONG, mais 242 mil famílias vivem nestas condições na capital baiana.
Uma reportagem da Globo News mostrou a dura realidade de donas de casa que estão recorrendo ao lixo e aos restos de comida descartados na central de Abastecimento da capital baiana.
Dona de casa Denice Alves, 47 anos, faz parte de uma dessas famílias. Sem condições de garantir regularmente três refeições diárias, recomendadas como essenciais para a digna sobrevivência humana, ela costuma recolher alimentos descartados em caixas coletoras no Ceasa.
Ao G1, Denice afirmou que, em um dia de busca por comida, ela já encontrou um frango em um recipiente de lixo. A dona de casa também comentou que pode pegar uma boa quantidade de ovos para passar a semana e ainda ajudar um vizinho ou parente.
Denice passa o mês com um benefício do governo federal, de R$ 400. O valor não é suficiente para pagar as despesas, por isso, ela busca alimentos na Ceasa. A dona de casa contou que não deixa de sonhar diante das dificuldades. Ela estuda à noite, para concluir o ensino médio, e sonha em conseguir um emprego formal, para melhorar de vida.
Segundo a administração do Ceasa, em média 600 mil quilos de produtos são descartados por mês, por condições inadequadas de venda – muitas vezes não estão, necessariamente, impróprios para consumo. A lista de descarte inclui papelão, plástico, latas e comida. Deste total, 70% são alimentos – principalmente frutas e verduras.
Um estudo feito pela Rede Brasileira de Pesquisa de Soberania e Segurança Alimentar (RBPSSAN), que monitora a fome no Brasil, apontou que de cada dez famílias, seis passam fome.(Blog do Valente)
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